O certo e o errado
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- Categoria: desmistificando
Existe uma ciência por trás da harmonização. Mas ninguém precisa ficar refém dela!
Que tal um exemplo clássico?
Queijos azuis, como gorgonzola e roquefort, cobrem as papilas gustativas profundamente, formando uma capa pastosa sobre a língua, capaz de ocultar o caráter sensorial da maioria dos vinhos.
Por isso, as dicas de harmonização para esses queijos costumam incluir vinhos fortificados e de sobremesa, que têm mais álcool, potencializando a limpeza dessa camada pastosa no palato.
Mas nem todo mundo aprecia, ou até mesmo tolera, vinhos de teor alcoólico mais elevado. E, nem por isso, vai deixar de comer esses queijos, e de beber vinho!
Da mesma maneira, nem todos gostam de vinho seco, ou de vinho espumante... Talvez Nelson Rodrigues tivesse razão: toda unanimidade é burra.
Então, diante dos princípios de harmonização entre comidas e vinhos, não se deixe levar por nenhuma verdade absoluta, que seja superior, ou mais importante, que a sua satisfação à mesa.
O mundo dos vinhos não precisa ser intimidador, ele deve é ser prazeroso. Cabe a cada um de nós fazer nossas melhores escolhas, mesmo quando elas não estão de acordo com os manuais e com os experts de plantão.
As dicas de um atencioso sommelier, a respeito das combinações que vão favorecer ou não a refeição, podem nos ajudar, e muito, mas não devem nos aprisionar.
No mundo dos vinhos, é como se ninguém fosse o único certo. E como se ninguém estivesse totalmente errado... Aliás, isso não se limita somente ao mundo dos vinhos, não é mesmo?
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